Após dez anos do fim da MTV Brasil, o Grupo Abril firmou parceria com três perfis de fãs para que seus acervo chegue à internet e sejam publicados nas redes sociais. De forma oficial, esta será a primeira oportunidade de revisitar alguns dos momentos marcantes da emissora que encerrou suas atividades em 2013.
Os conteúdos serão disponibilizados em cortes, conforme mencionado por Caio Pinheiro, administrador da página “A MTV que Deu Certo”, em entrevista à Trend. Segundo ele, essa parceria representa uma oportunidade vital para evitar que a história da emissora seja esquecida. Ao lado de Leandro Gomes, de 35 anos, do “Disk MTV BR”, e Felipe Arcelino, de 27 anos, responsável pela “MTV Brasil Memórias”, o público terá a chance de revisitar programas musicais e trechos de produtos originais.
Destacando os perfis parceiros, Caio conta qual foi sua reação ao ser contatado para fechar a parceria: “Em um primeiro momento foi de descrença. Quando o pessoal da Abril entrou em contato comigo, meses atrás, eu não acreditei e até fiquei com medo de derrubarem a conta. Na mesma hora chamei os meninos do ‘diskmtvbr’ e ‘mtvbrasilmemorias’ para participarem do projeto.”, detalha.
Vale lembrar que, após a extinção da MTV Brasil, a marca voltou a ser administrada pela Paramount Global (antiga Viacom). Deste modo, o acervo produzindo entre 1990 e 2013 é de responsabilidade do Grupo Abril. No entanto, a disponibilização deste material também implica em pontos contratuais que se exige atenção.
Segundo Leandro, o contrato fechado com o acervo disponibiliza a publicação de conteúdos com duração de até 1 minuto. Embora não englobe arquivos na íntegra, ele enxerga com otimismo o momento em que define como “um grande avanço para quem ficou 10 anos no escuro”.
Para Felipe, “A celebração do passado apenas começou, além de gloriosa será duradoura, nós temos 23 anos de canal a serem relembrados e explorados, essa é a visão que tenho até o horizonte, além dele talvez a construção de uma nova história, nunca se sabe.”
“A MTV foi um praticamente um ato revolucionário, acredito que o fato de ser um canal inteiramente voltado ao público jovem acabou criando um apego acima da média entre telespectador e canal. Entretanto, podemos levar em consideração também que tal revolução se deu na forma de fazer televisão, diversos formatos de programas que existem até hoje começaram a partir da MTV Brasil, que por não fazer parte de uma cúpula “engessada” havia uma permissão para experimentar tudo que a criatividade de uma equipe jovem poderia idealizar”
complementa Felipe.
A conquista veio por meio de um abaixo-assinado
Em outubro de 2020, Caio, Leandro e Felipe também se uniram, porém, para lançar uma petição pública. Na ocasião, solicitavam que o conteúdo produzido nos 23 anos da emissora fossem digitalizados e disponibilizados ao público. O documento reuniu mais de 10 mil assinaturas.
De acordo com o UOL, existem cerca de 40 mil fitas guardadas. O conteúdo é composto por programas musicais, gravação da premiação VMB (Video Music Brasil), além de programas de humor e até desenhos.
Ainda de acordo com o site, em setembro de 2020 o acervo foi transferido do antigo prédio da emissora, localizado no bairro do Sumaré, zona oeste de São Paulo, para a sede da Abril. Fontes informaram à Trend que a transferência foi um passo para que o espaço fosse utilizado pela Loading, canal que funcionou por 6 meses no mesmo edifício.
O presidente da Abril, Fábio Carvalho, chegou a dizer, ainda em 2020, que “o acervo é volumoso” e que naquele período estava em “fase inicial de estudos e análises do material”. Ele acrescentou que há interesse público para a disponibilização do conteúdo por empresas e possíveis parceiros, como a própria MTV.
*com colaboração de Wellison Sales.
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