O Ministério da Saúde anunciou que o implante contraceptivo subdérmico Implanon será oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do segundo semestre deste ano. O dispositivo, que custa até R$ 4 mil na rede privada, tem duração de até três anos e será distribuído inicialmente em unidades básicas de saúde de todo o país.
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O governo federal prevê um investimento de R$ 245 milhões para a compra de 1,8 milhão de implantes até 2026. A primeira remessa, com 500 mil unidades, já estará disponível nos próximos meses. O objetivo é ampliar o acesso a métodos contraceptivos modernos e de longa duração (LARC), contribuindo para a redução da mortalidade materna e para o fortalecimento do planejamento reprodutivo feminino.
Eficácia comparável à laqueadura
O Implanon é um pequeno bastonete inserido sob a pele do braço, que libera gradualmente o hormônio etonogestrel. Sua eficácia supera 99% e é comparável à de métodos permanentes, como a laqueadura, mas com a vantagem de ser reversível. A fertilidade é retomada logo após a retirada do implante.
A taxa de falha do Implanon é de 0,02%, uma das mais baixas entre os métodos disponíveis. Por isso, é indicado para mulheres que desejam uma contracepção segura, prática e de longo prazo.
Capacitação de profissionais e logística
Com a publicação da portaria de incorporação nos próximos dias, o Ministério da Saúde dará início a um processo de 180 dias para capacitar médicos e enfermeiros, organizar a logística de distribuição e atualizar os protocolos clínicos. O implante será aplicado nas unidades de atenção primária, como postos de saúde e centros de referência.
Até então, o Implanon era oferecido apenas em situações específicas, como para mulheres em situação de rua, privadas de liberdade, vivendo com HIV ou tuberculose, e por meio de programas estaduais pontuais.
Redução de desigualdades e metas da ONU
Segundo o Ministério da Saúde, a medida tem foco especial na promoção da equidade. Mulheres negras e de baixa renda, que enfrentam maiores dificuldades de acesso a métodos contraceptivos eficazes, serão diretamente beneficiadas. A ação está alinhada com metas da ONU que buscam reduzir a mortalidade materna no Brasil até 2027.
Além disso, o novo método complementa os outros LARCs já disponíveis no SUS, como o DIU de cobre e o DIU hormonal, fortalecendo a autonomia reprodutiva das mulheres.
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