Durante o show da turnê Music of the Spheres em Wembley, na sexta-feira (12), Chris Martin, vocalista do Coldplay, homenageou a família do ativista de direita Charlie Kirk, morto a tiros nos EUA dias antes, gerando polêmica entre os fãs.
Antes de cantar Fix You, sucesso de 2005, o músico pediu que o público levantasse os braços e enviasse “amor para qualquer lugar do mundo”, citando especificamente a família do ativista americano de direita Charlie Kirk, morto a tiros na última quarta-feira (10), em Utah, em um crime classificado pelas autoridades como assassinato político.
O Coldplay, formado por Chris Martin, Jonny Buckland, Guy Berryman e Will Champion, voltou a Londres para a reta final da turnê que já reuniu mais de 12 milhões de fãs em 43 países. O show em Wembley contou com o tradicional espetáculo de luzes da banda e ainda celebrou o aniversário de 48 anos do guitarrista Buckland, que ganhou de Martin um Batmóvel de Lego.
A fala de Chris Martin
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Martin disse ao público:
“Vocês podem enviar amor para irmãos e irmãs, para famílias que passam por sofrimentos terríveis, para a família de Charlie Kirk, para pessoas com quem discordam. Enviem amor de qualquer maneira.”
O comentário gerou reações mistas. Enquanto alguns fãs aplaudiram a mensagem de união, outros criticaram o fato de Kirk ter sido o único nome mencionado. Usuários do X (antigo Twitter) chamaram o discurso de “insano” e “decepcionante”. Um internauta afirmou que teria deixado o show caso estivesse presente.
Quem era Charlie Kirk?
Charlie Kirk foi um ativista conservador americano e fundador da organização Turning Point USA, dedicada a mobilizar jovens de direita em universidades dos Estados Unidos. Aliado próximo de Donald Trump, ele ganhou notoriedade como um dos principais nomes da nova geração conservadora norte-americana.
No dia 10 de setembro de 2025, Kirk, de 31 anos, foi assassinado a tiros durante um discurso na Utah Valley University, em um crime investigado como de motivação política. Sua morte provocou repercussão mundial e reacendeu debates sobre sua trajetória polêmica.
Nascido em Illinois, Kirk abandonou a faculdade para se dedicar integralmente à política. Em 2012, fundou a Turning Point USA, que cresceu rapidamente como plataforma conservadora voltada ao público jovem.
Com presença ativa em redes sociais e programas de rádio, ele defendia ideias alinhadas ao trumpismo e ganhou espaço em conferências conservadoras de grande porte.
Polêmicas e falas controversas
A carreira de Kirk foi marcada por declarações que dividiram opiniões e o colocaram constantemente no centro de polêmicas:
- Teorias conspiratórias: apoiou ideias como a do “great replacement”, segundo a qual imigrantes estariam substituindo a população branca nos EUA.
- Controle de armas: defendeu que “vale a pena” haver milhares de mortes por armas de fogo todos os anos para garantir o direito constitucional de possuir armas.
- Direitos civis: disse que a aprovação da Lei dos Direitos Civis de 1964 foi um “erro histórico”, alegando que criou uma “indústria permanente de diversidade, equidade e inclusão”. Também chegou a afirmar que Martin Luther King Jr. “não era uma boa pessoa”.
- Questões raciais: minimizou o conceito de “privilégio branco” e atacou políticas de diversidade, chegando a criticar protestos contra o racismo.
- COVID-19: usou a expressão “China virus” para se referir à pandemia, ecoando termos criticados como racistas e conspiratórios.
- Aborto: comparou a prática ao Holocausto, dizendo que os EUA permitiam “o massacre de milhões de bebês”. Em outra fala, afirmou que até meninas de 10 anos, vítimas de estupro, deveriam levar gestações adiante.
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