O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que o destituiu do cargo nesta quinta-feira (15). A informação é do ge.
A defesa do dirigente solicita uma liminar ao ministro Gilmar Mendes para suspender os efeitos da medida e restabelecer sua presidência na entidade.
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Entenda a crise: o que motivou o novo afastamento
A destituição de Ednaldo Rodrigues foi determinada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que considerou nulo o acordo judicial que permitiu sua reeleição até 2030.
A decisão baseou-se em indícios de falsificação revelas pelo Portal Leo Dias sobre a assinatura do ex-presidente da CBF, coronel Antônio Carlos Nunes, no documento que sustentava o acordo.
Laudos periciais apontaram que Nunes, diagnosticado com câncer cerebral desde 2018, apresentava comprometimento cognitivo, o que invalidaria sua capacidade de consentimento.
Com a anulação do acordo, o TJ-RJ afastou toda a diretoria da CBF e nomeou o vice-presidente mais antigo, Fernando Sarney, como interventor provisório, encarregado de convocar novas eleições para os cargos diretivos da entidade.
A reação de Ednaldo e os próximos passos no STF
Na petição apresentada ao STF, a defesa de Ednaldo Rodrigues argumenta que a decisão do TJ-RJ é inválida e solicita que, caso a anulação não seja concedida, seja respeitado o estatuto da CBF, que prevê a ascensão do vice-presidente mais idoso, Hélio Menezes, à presidência em caso de vacância.
O caso está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes, que já havia concedido liminar favorável a Ednaldo em janeiro de 2024, após seu primeiro afastamento. A expectativa é que o STF analise o novo pedido nos próximos dias, o que poderá definir os rumos da gestão da CBF e a continuidade de projetos em andamento, como a recente contratação de Carlo Ancelotti para o comando da seleção brasileira.
Crise institucional e impactos no futebol brasileiro
Este é o segundo afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF em menos de dois anos, evidenciando uma crise institucional na entidade. Especialistas consideram a decisão do TJ-RJ mais robusta do que a anterior, devido às evidências periciais e ao questionamento da validade do acordo judicial que sustentava a permanência de Ednaldo no cargo.
A instabilidade na liderança da CBF pode afetar diretamente o planejamento da seleção brasileira, especialmente com a proximidade das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. A continuidade de Carlo Ancelotti no comando técnico também pode ser impactada, dependendo dos desdobramentos judiciais e administrativos na entidade.