Crítica: ‘Mussum, o Filmis’ é o que o Brasil precisava

Imagem: Desiree do Valle

O cinema nacional vive em grande fase nos últimos e próximos anos. Filmes que contam a história de grandes nomes da nossa histórias estão sendo lançados ou gravados.

Filmes sobre a Gal Costa, Claudinho e Buchecha, Mamonas Assassinas e Ney Matogrosso estão sendo desenvolvidos ou nos cinemas enaltecendo nossa história. Mas uma delas é a que mais chama atenção e mais se conecta com o povo brasileiro.

Mussum, um dos comediantes do grupo Os Trapalhões, ganhou seu filme nos cinemas. O filme mostra de forma genuína a longa história do artista – que foi um dos grandes sambistas e comediantes do nosso país.

Antes de tudo, as atuações são impecáveis. Destaque para Cacau Protásio, Neusa Borges e, é claro, para Ailton Graça. Esse último consegue se assemelhar ao comediantes nos detalhes mínimos, como olhares e posições.

Os cenários são ricos, além dos detalhes minimamente pensados na imersão em cena. O filme é intercalado com esquetes de comédia na época, que faz públicos de todas as idades rirem – e os mais antigos a sentir saudades.

Atores que interpretaram nomes como Chico Anysio, Alcione, Cartola e Grande Otelo impressionam com a semelhança visual com os representados. Isso, sem mencionar, os atores que fizeram os Trapalhões, parte fundamental da carreira de Mussum.

Ao retratar a fase do artista ao lado de Dedé, Didi e Zacarias, o filme é delicado mas certeiro. Retrata, de forma sutil, mas bem colocada questões como a sexualidade de Zacarias e a separação do quarteto – por conta do monopólio de Renato Aragão nas finanças do grupo.

Detalhes técnicos

O filme é justo, mas sutil, ao retratar questões como adultério do artista e o alcoolismo do artista. Silvio Guindane, diretor do longa, teve uma missão difícil de condensar toda a história complexa do artista em apenas duas horas de filme. Mas conseguiu. Silvio, em sua segunda direção de longa metragem, conseguiu criar um clássico do cinema nacional.

A musicalidade do filme te põe imerso naquela realidade, com músicas do Originais do Samba, em que o artista fez parte. Além dela, tem sambas da época e músicas dos Trapalhões. A trilha sonora faz com que os espectadores mais antigos se sintam no mesmo ambiente que os atores, tornando a imersão mais emocionante.

Mussum, o Filmis, se mostra denso na mesma intensidade que é engraçado. Tem humor e drama na medida certa e é um retrato claro e justo para as futuras gerações conhecerem um dos maiores nomes pretos da nossa cultura.

"Mussum, o Filmis"

"Mussum, o Filmis"
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Com um grande investimento, o filme mostra de forma genuína a longa história do artista - que foi um dos grandes sambistas e comediantes do nosso país. Mussum, o Filmis, se mostra denso na mesma intensidade que é engraçado. Tem humor e drama na medida certa e é um retrato claro e justo para as futuras gerações conhecerem um dos maiores nomes pretos da nossa cultura.
Com um grande investimento, o filme mostra de forma genuína a longa história do artista - que foi um dos grandes sambistas e comediantes do nosso país. Mussum, o Filmis, se mostra denso na mesma intensidade que é engraçado. Tem humor e drama na medida certa e é um retrato claro e justo para as futuras gerações conhecerem um dos maiores nomes pretos da nossa cultura.
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