Senador Ciro Nogueira teria recebido sacola com dinheiro vivo enviada por supostos chefes do PCC, diz site

Entrevista exclusiva ao ICL Notícias revela entrega de propina no gabinete do Senado em agosto de 2024 para defender interesses junto à ANP e projetos de lei
Ciro Nogueira de terno azul escuro e gravata cinza, sentado em plenário do Senado Federal, segura um celular e olha para o lado com expressão séria; ao fundo, cadeiras vazias e frascos de álcool em gel sobre as mesas.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Uma fonte anônima revelou ao ICL Notícias que o senador Ciro Nogueira (PP‑PI), presidente nacional do partido, recebeu uma sacola de papelão contendo dinheiro vivo enviada pelos suspeitos Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, apontados pela Polícia Federal como líderes de um esquema bilionário do PCC envolvendo fundos de investimento na Faria Lima e fraudes no setor de combustíveis.

Segundo a fonte, o dinheiro foi entregue no gabinete do senador em agosto de 2024, conforme depoimento formal à PF.

A testemunha, que teve contato com os suspeitos, afirma ter ouvido Beto Louco dizer: “Sim, ele falou que [a sacola com dinheiro] era para o Ciro Nogueira. Eles estavam indo encontrar o Ciro, em posse dessa sacola”. A sacola era descrita como de papelão, grampeada, com largura compatível com cédulas. A identidade da fonte permanece preservada.

A propina, segundo a revelação, estaria associada à defesa dos interesses dos investigados junto à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e à tramitação de projetos de lei no Senado. O objetivo seria reverter decisões desfavoráveis à Copape e à Aster — principais empresas ligadas ao esquema criminal — com a suposta interferência de Ciro Nogueira.

O que diz Ciro Nogueira?

Procurado, o senador negou envolvimento. Em ofício enviado ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, chamou o ICL Notícias de “site de pistoleiros”, negou veementemente as acusações, afirmou que as pessoas citadas jamais estiveram em seu gabinete e colocou todos os seus sigilos — de gabinete, telefone e outros — à disposição da Justiça.

Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva não se manifestaram através de seus advogados até o fechamento desta matéria; o espaço continua aberto.


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