Beatriz Pozzebon fala sobre transição: “Eu nunca me assumi”

A streamer e influenciadora Beatriz Pozzebon, com cabelos grisalhos e um vestido marrom, sentada em um sofá azul em um estúdio colorido de TV, durante sua entrevista no Super Poc

Foto: Rperodução/DiaTV

Beatriz Pozzebon, conhecida como Bia, participou recentemente do Super Poc e compartilhou reflexões profundas sobre sua vida pessoal, trajetória profissional e o universo do streaming. Com bom humor e sinceridade, a streamer falou sobre sua identidade, suas influências e os desafios de construir uma carreira autêntica no mundo digital.

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Sobre sua jornada de autoconhecimento até o momento de transição de gênero, Bia destacou: “Eu sempre fui uma mulher que escava petróleo em mim… Aí parei de procurar petróleo“, refletindo com humor sobre a busca por autovalor e preciosidades internas. Ela também abordou as pressões sociais e a importância da autoaceitação: “A gente é quem a gente é e é isso aí… Errado para que né? Errado para quem?“.

Ela revelou que começou sua transição em fevereiro de 2021, no final da pandemia1. Para ela, este processo foi o resultado de um entendimento que já possuía desde a infância, quando percebia “todos os sinais divinos”1. No entanto, ela enfrentou um período de depressão “fodida” porque se via “encalacrada” pela ideia de que ser quem ela é, era “errado”1.

A possibilidade de iniciar a transição surgiu quando ela conseguiu estabilidade financeira com suas lives. Bia não teve uma conversa formal com a mãe para se assumir, pois considera isso “um absurdo completo”. Em vez disso, ela simplesmente começou a viver sua verdade, procurando um endocrinologista e iniciando o processo.

Uma história “engraçada” que ela compartilhou remonta ao seu nascimento. Sua mãe queria uma menina, mas Bia sempre mantinha as pernas fechadas durante os ultrassons. Ao nascer, o médico disse à mãe: “Olha nasceu um homem mas eu não sei o que vai ser no futuro”, uma frase que Bia considera uma profecia “verídica” sobre sua “transexualidade”.

Sua mãe foi solidária e a acompanhou quando ela começou a terapia hormonal. Bia a informou que iniciaria a toma de hormônios e que isso poderia causar “mudanças mentais” ou “psicológicas”, e a mãe respondeu: “Tá bom vou com você”.

Ela optou por um método de transição hormonal “mais devagar e mais seguro”, mencionando que na época fumava muito. Bia aconselha que outras pessoas procurem um endocrinologista e utilizem os recursos do SUS para uma transição segura, alertando contra a automedicação. Ela também se refere a si mesma, e de forma bem-humorada, convida outras pessoas a “virar travesti”, descrevendo a experiência como “imperdível”.

Recentemente, Bia recebeu uma doação de R$ 19.000 em uma live, que ela destinou à colocação de silicone, afirmando que o dinheiro se transformaria em “dois grandes melões grandes peitões”. Embora tenha sentido “peso na consciência” inicialmente, pois a doadora era uma jovem de 17 anos.

Início da carreira

A streamer recordou os primeiros passos no streaming, mostrando criatividade e resiliência: “Eu não pensei que ia dar certo… pendurava o celular num abajur com durex e usei um aplicativo para transformar a câmera do celular em webcam“.

Falando sobre influências e formação da personalidade, Bia citou a importância de sua criação: “Eu fui criada por duas mulheres… minha tia Lena é a mulher que fuma desde os 9 anos… 90% das palavras que ela fala são palavrões. Então o meu vocabulário vem de berço“.

Ao explicar sua abordagem nos jogos online, a streamer enfatizou a prioridade pelo entretenimento: “Ou eu foco para jogar bem ou eu entretenho o público… Pix, vocês querem a jogabilidade ou a palhaçada?“.

Bia também comentou, com bom humor, sobre sua transição de gênero e a ausência de um “momento de revelação” formal com a mãe: “Não porque eu acho isso um absurdo… Na hora do café ela com a boca cheia de matei alguém porra… Pois é, Pass… Mãe, aquele café eu gosto de dar e eu sou mulher“. Ela ainda lembrou a profecia do médico ao seu nascimento: “Olha, nasceu um homem, mas eu não sei o que vai ser no futuro“.

Sobre a evolução de sua carreira, Bia acredita estar em uma nova fase: “Antes a minha imagem era muito atrelada ao RPG e à Ordem Paranormal… Mas agora independente do que eu faça, as pessoas vão ficar por mim e não por um hype“.

A entrevista de Bia reforça sua autenticidade, bom humor e a conexão genuína com o público, mostrando como a streamer equilibra criatividade, entretenimento e sua própria história de vida em cada transmissão.

SUPERPOC: ENCONTRO DE GAMERS com Beatriz Pozzebon - T2EP6 | DiaTV
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