A Tv Globo colocou na avenida sua nova forma de transmitir o carnaval de São Paulo e Rio de Janeiro. Em busca de atrair o mercado publicitário, a emissora transferiu a reponsabilidade do evento de seu departamento de jornalismo para o de esporte e entretenimento e recebeu duras críticas do sindicados dos jornalistas e público.
No estúdio, Karine Alves e Alex Escobar coordenaram a transmissão ao vivo. Enquanto isso, o influenciador Vitor DiCastro passeava com o microfone pelo público. Na concentração, a reportagem ficou com a jornalista de entretenimento Kenya Sade, conhecida por reportagens dos festivais transmitidos no Multishow.
Quem prestigiou o evento pra televisão apontou a falta de contextualização sobre a história das escolas, integrantes, do samba-enredo e falhas nas informações sobre a evolução dos desfiles. Além disso, também houve críticas sobre comentários genéricos sobre as alas que passavam pela sambódromo.
As modificações vão de encontro com uma necessidade de não atrelar publicidade com nomes do jornalismo da casa. Uma regra interna da TV Globo.
Há quem sentiu falta de nomes consagrados do jornalismo da emissora, como Mariana Gross, que é considerada uma referência do samba. A repórter atuava tanto na pista, trazendo informações sobre as alas e carros alegóricos, como histórias relacionadas às escolas direto da arquibancada junto ao público.
O programa “Globeleza”, promovido entre sexta (10) e segunda-feira (12), contou com a direção de Boninho. O membro da alta cúpula, e atual diretor do Big Brother Brasil, demonstrou não estar nem um pouco preocupado: “Eu sou o diretor. Estou amando tudo. Não estou nem aí para as críticas”, afirmou em entrevista.
Sindicato dos jornalistas repudiou transmissão da TV Globo
Nesta terça-feira (13), a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) emitiu um comunicado sobre a transmissão da festa. A entidade classificou o elenco de entrevistadores como “despreparados”.
“Erros na transmissão, entrevistadores despreparados e desinformados e falta de detalhes foram algumas das reclamações feitas nas redes sociais pelo público que acompanhou os desfiles das escolas de samba pela televisão aberta em rede comercial neste Carnaval de 2024.”, diz o início da nota.
Além disso, aponta que “Ao abrir mão de repórteres, a emissora detentora do direito comercial de transmissão deixou os espectadores sem informações cruciais sobre a festa. A entidade enfatiza a importância essencial do trabalho jornalístico na cobertura deste evento tão importante para a cultura nacional.”, argumenta.
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